Como lidar com as crianças na quarentena ?

Como lidar com as crianças na quarentena ?

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Quando o assunto é como lidar com as crianças na quarentena muitos de nós, pais,  estamos nos descabelando por conta da suspensão das aulas (medida mais que coerente, racional e segura  para ajudar a conter a disseminação do coronavirus). Após mais de 90 dias de quarentena confesso (sou mãe de dois meninos, um de sete e o outro de cinco anos) que estou sim no limite da exaustão.

Compartilho esse sentimento sem culpa. Espero que muitas mães e pais que comungam do mesmo sentimento saibam que não estão sós, pois sei que a tendência é sempre pensarmos que é apenas conosco o problema.

As escolas têm se esforçado e muito para que as atividades sejam feitas em casa sem grandes prejuízos. Os professores mais do que nunca estão se reinventando para motivar e manter os alunos conectados e envolvidos.

No entanto, dia após dia vejo mães cada vez mais desesperadas, surtadas e com uma tremenda sensação de impotência. A verdade é que as quatro paredes de casa jamais irão substituir o encanto, a amplitude, a conexão afetiva e a ordem que o ambiente escolar oferece e que está intimamente ligado ao precesso de aprendizagem.

Até mesmo confinados, não deixamos de nos preocupar com as expectativas sociais. Nos cobramos todo o tempo.” Temos que estar dentro do padrão.” Precisamos mostrar que somos capazes de fazer TUDO e com excelência! Será mesmo?

Peço licença aos queridos leitores, mas vou aos fatos: estamos em um patamar que a máxima: “Vamos aproveitar ao máximo esse período para blá blá blá… ” (sendo esse blá blá blá uma chuva de atividades “motivadoras”)  já deu.

Estamos exaustos! As nossas crianças estão cansadas de replicar as atividades escolares dentro, como disse, das quatro paredes da casa. Está sendo CRUEL.

A epidemia se amplificou e mais do que nunca é um problema SOCIAL.

Estamos pressionados a não perder um minuto sequer desse presente precioso chamado “tempo livre”.

Muitas das nossas atividades fazemos “fingindo” que está tudo ótimo. Pensem nos efeitos colaterais disso.

É preciso (no meu caso) quase implorar para que o meu filho de 5 anos tire fotos com tarefas cumpridas solicitadas pela escola.

O outro de 7 anos iniciou um processo de culpa por não estar com tudo “em dia” como os outros colegas dizem estar e por não ter o mesmo entusiasmo para assistir a todas às videoaulas diárias.

Será que compensa continuar com esse faz de conta? Será que o preço que vamos pagar compensa?

Para mim a resposta é Não. Basta. Ter que achar bacana e desfrutar de algo que não nos alegra de verdade é o mesmo que comprar uma passagem rumo ao caos emocional.

Para quem está confortável com toda essa situação, tudo bem.

A discussão não é sobre o Certo e o Errado.

Não sei ser forçada. Não sei fingir que está tudo bem.

No cenário atual, opto por “pegar leve” porque desejo que meus filhos e eu saiamos, além de vivos dessa pandemia, com o mínimo de sanidade mental para enfrentar o porvir.

O resto pode esperar. Haverá tempo. Haverá muito tempo.

Uma sugestão para lidar com tudo isso é sempre ter a consciência de que estamos fazendo o melhor possível dentro do nosso possível.

E ratifico: o possível aqui é muito subjetivo. As famílias são diferentes, com situações socioeconômicas e estruturas das mais variadas. E está tudo certo.

Aprendi que a arrogância pode me fortalecer por um dia, mas a humildade me fortalecerá por toda a vida.

Agradeço a todos os professores desta cidade de Conselheiro Lafaiete e deste país!

Como não reconhecer o quão insubstituíveis são para crianças, jovens e adultos?

Se sempre tiveram minha gratidão, honra e respeito posso dizer que agora têm muito mais!

No próximo texto passarei algumas dicas para preservarmos a saúde emocional e mental das nossas crianças na quarentena.

Muito obrigada! E até breve! Até muito breve!

Lívia Maria Baeta de Paula Jesus


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