A Semana Santa nos remete aos 7 dias ocorridos da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.
Lembro-me, quando criança, de acompanhar as procissões, carregando uma tocha feita pelo meu pai, de madeira, com papel solofone verde, onde eu carregava a vela acesa. Minha mãe, orando com o seu terço, e relembrando de ter interpretado a “Verônica” nas celebrações, quando era solteira.
As ruas ornamentadas de pura arte, trabalho realizado por fiéis que acordavam pela madrugada, perfazendo as ruas com tapetes harmoniosos, coloridos, lindos, feitos com serragem, casca de arroz, trigo para a procissão de Ramos.
Por várias vezes, uma das representações das passagens para o calvário, ocorria em minha casa, onde preparávamos as toalhas vindas da Ilha da Madeira, flores naturais, do nosso bem cuidado jardim, tarefa que meu pai fazia com esmero, onde relembrávamos com respeito a encenação destes momentos de profundo sofrimento de Jesus Cristo.
Um olhar de reflexão me arrebata: quanta fé revelada em cada ato, reverência por este momento de profundo significado para a humanidade.
A procissão de Ramos, me remete à humildade e modéstia de Jesus, ao entrar com simplicidade em Jerusalém.
E hoje, o que precisamos aprender com este gesto de Jesus?
Quantas vezes deixamos a arrogância, o orgulho, o ego dominarem nossos comportamentos?
Outra cena marcante, do encontro de Maria com Seu filho. Eu chorava com tamanha comoção.
E hoje, penso no quão importante para a nossa saúde mental e espiritual é honrar nossos pais, nossos ancestrais, de onde viemos.
E o lava-pés, gesto de humildade, de solidariedade, onde Jesus lava os pés dos seus apóstolos.
E hoje, manifestamos cuidado e carinho com nossos familiares, colegas de trabalho, amigos?
Na sexta feira, silêncio, introspecção, oração, tristeza, pela morte de Jesus Cristo.
E hoje, reservamos um tempo para a oração, para a meditação, para a reflexão profunda sobre nós mesmos, nosso papel no mundo?
Será que entendemos o sofrimento como oportunidade de nos tornarmos melhores?
Será que pensamos na nossa morte, que pode acontecer a qualquer momento, e refletirmos se estamos dando o melhor de nós mesmos, a cada dia?
Na véspera da Ressurreição, a oração se faz como espera, confiança, a vigília Pascoal, onde Páscoa, do hebraico, traz o significado de passagem.
Domingo, aleluia, Jesus Cristo ressuscitou! A humanidade se enche de esperança e júbilo.
E hoje, o que significa este despertar para uma vida nova?
Será que fazemos uma autoanálise sincera de nossas vidas?
Será que o exemplo de Jesus Cristo que venceu as iniquidades e retornou triunfante, nos comove, nos dá forças para lidarmos com os obstáculos, penúrias, desafios que esta existência nos traz?
Este é um momento de trazermos um significado maior às nossas vidas, nos conectarmos a algo maior, em direção a algo profundo e que faça sentido.
Transcendência, espiritualidade: força que nos move para a vitória da vida sobre a morte.
Que os significados e condutas de Jesus Cristo com a humildade, compaixão, bondade, confiança, coragem, perseverança, resiliência e fé, possam inundar nossas mentes e corações para que possamos fazer parte de uma Humanidade do bem e para o bem.
Feliz Páscoa para um nível de Consciência Plena, com fé e significado!
Luiza Maria
Psicóloga
@psic_luizamariaaoo@psic_luizamariaaoo
Luiza Maria, psicóloga, formação em Psicologia Transpessoal, pós em Psicologia Analítica de Jung, facilitadora em Constelações Familiares e em Educação Emocional Positiva.
