Paixão, apego e amor

Paixão, apego e amor

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É com profunda gratidão e honra que venho esta semana abordar um tema que, sem dúvidas, fará muitos de vocês, caros leitores, refletirem sobre os seus sentimentos e o que me deixa mais feliz: poderão identificá-los, nomeá-los e até mesmo ajustá-los.

            Vamos falar sobre Paixão, Amor e Apego. Oras, não se trata da mesma coisa?  A resposta definitivamente é NÃO.  No entanto, a maioria de nós confundimos os conceitos. E o pior: temos a sutil ideia de que são sinônimos.

            Há uma diferença muito grande quando dizemos: ¨Eu te amo, por isso quero que me faça feliz! ¨ A isso aprendi chamar de apego. Por outro lado, quando falamos: “Eu te amo, por isso quero que seja feliz. E se isso me incluir ótimo. Se não me incluir, eu só quero a sua felicidade. ¨ A essa última fala posso afirmar que se trata do conceito de amor. Diria até o Amor Genuíno.

            A grande questão é que temos a tendência de confundir o Amor com o Apego.

            O Apego causa dor. O apego cria amarras. O apego é como segurar a outra pessoa com muita força, muitas vezes, obrigando-a a nos amar a todo custo. É como se a nossa vida ficasse vazia na ausência do outro, pois a presença dele preenche um vazio que é nosso. No entanto, é uma grande utopia acreditar que esse “buraco” na nossa alma possa ser preenchido por algo ou alguém que não seja nós mesmos.

            O Amor Genuíno segura de maneira gentil, suave, nos alimenta, mas permite que as coisas simplesmente fluam. Não há prisão.

O Amor é um laço muito mais profundo nas nossas vidas que influencia a vida de outra pessoa. Ou outras, em alguns casos. A prática do apego é muito mais comum, pois acreditamos que devemos ser correspondidos ao sentirmos afeição por alguém, consequentemente acreditando que é amor.

Lembro-me perfeitamente de quando tratei a minha co-dependência. Este termo (ainda pouco usado) é algo que todos temos em menor, maior ou extremo grau. E sim, nos leva a adoecer mentalmente e logo somatiza, levando à dor e a problemas de caráter físico. O meu tratamento foi longo, intenso e de grande êxito e aprendizagem. E o que mais me auxiliou, além das Constelações Familiares, foi a prática e desenvolvimento da inteligência emocional.

Está cada vez mais comum, talvez devido ao estilo de vida desequilibrado da nossa sociedade, as pessoas apresentarem uma grande dificuldade de reconhecerem seus sentimentos.

Vejamos: quando podemos dizer que estamos apaixonados? Cientificamente, ¨estar apaixonado é uma combinação química que dá muita motivação, isso porque a região do cérebro responsável pela recompensa é ativada quando nos apaixonamos, nos estimulando de várias forma, podendo inclusive virar obsessão.

A paixão nos cega, nos torna muito corajosos, uma verdadeira explosão de neurotransmissores da felicidade e do prazer. A má (ou boa) notícia é que ela é sempre finita. Uma vez findada, pode sim evoluir para um amor genuíno, se tornar uma relação de apego ou simplesmente acabar como um fogo que se apagou.

O Apego, por sua vez, é um sentimento destruidor. Aparece quando optamos por não soltar mais aquilo que nos faz ou nos fez feliz”. É certo que traz muito sofrimento e consome muita energia. A sensação de ameaça nos induz a pensamentos fora da realidade, reações de raiva, ciúmes e frustração. A pessoa que sente apego vive algo que apenas ela idealizou. Todos os dias na mídia assistimos a crimes passionais, a maioria ocasionada por essa falsa ideia de amor, que nada mais é do que uma obsessão controladora.

O Amor verdadeiro, aquele que chamei de genuíno, dispensa quaisquer preposições. Esse amor olha para a felicidade do outro, independentemente de onde, quando, com quem e como. Ouvi uma vez um monge budista dizer: “Em poucas palavras, “eu te amo” nada mais é do que “eu desejo que você seja feliz”. O Amor é livre, não restringe, não limita, não impõe.

O Amor genuíno surge da convivência, do estar junto, de começar a compreender a totalidade do outro, suas qualidades e seus defeitos. Ele é sólido. Resiste ao tempo, se multiplica, expande e vibra com as conquistas do (s) outro (s).

Se pode haver uma harmonia entre Paixão, Amor e Apego?  Claro! Mas seria pauta para um outro artigo.

Portanto, convido a todos a  praticar o amor em sua essência e pureza, enxergando a pessoa como ela merece e como gostaríamos que fosse conosco. Da melhor maneira possível, sem impor, nem induzir ninguém. E o mais importante: praticando o AUTO-AMOR, capaz de preencher quaisquer vazios existentes em nós!

Gratidão!

Até breve! Até muito breve!

Com amor genuíno,

Lívia Baêta

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